sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A crise e o sexo. E as Cinquenta Sombras de Grey

E.L.James não é Kakfa, não é Gabriel García Marquez e não é Saramago. A verdade é que o primeiro volume (dos três que escreveu) pode ser descrito em poucas frases: uma menina tonta, virgem, que conhece o solteirão mais cobiçado do momento. De virgem, a menina Steele, Ana ou Anastacia, passa a ter orgasmos múltiplos, a ter uma "Deusa interior", a gostar de apanhar e estar amarrada. São 500 (e algumas) páginas carregadas de sexo e bondage.

E.L.James não vai ser prémio nobel mas está naquela lista da Times, a que mostra ao mundo as pessoas mais influentes de um determinado ano. As Cinquenta Sombras de Grey foi, segundo a GFK, o livro mais vendido em Potugal em 2012. Está também na lista dos livros proibidos pela Opus Dei, com a classificação LC3 - "pelos seus conteúdos explicítos, a obra contraria a fé ou a moral católica, dirige-se contra a igreja e suas instituições" - lado a lado com Caim e o Evangelho Segundo Jesus Cristo de José Saramago. (www.almudi.org)

Foi este livro que realmente mudou a consciência sexual da nossa sociedade? A Sábado desta semana diz que sim. O Expresso diz que não. Vamos por partes.

Um estudo feito pelo Expresso em 2012 diz que o missionário é a posição preferida pelos portugueses: 38,5%, de norte a sul, prefere o convencional. Muitos são capazes de passar semanas sem relações sexuais e mesmo quando o tema é picante, a culpada é sempre a mesma - a crise. 16% dizem que a falta de dinheiro, de trabalho e as contas para pagar afectaram negativamente a sua vida sexual. A revolução sexual do século XXI está a ser adiada, primeiro o dinheiro, depois a libido.

Já a revista Sábado contrapõe tudo isto. Mas aponta uma causa: o livro As Cinquenta Sombras de Grey. Um inquérito que esteve on-line durante uma semana revela que as portuguesas estão mais apimentadas: no elevador, em locais públicos, de olhos vendados, a três, spanking, amordaçada, são alguns dos fetiches escolhidos pelas que responderam ao inquérito. Os donos das lojas sex shop dizem que a venda de bolas chinesas cresceu 200% e porque não há coincidências, o site britânico netmums.com, fez uma sondagem onde mostra que depois da trilogia a periodicidade com que os casais têm sexo, passou de uma para três vezes por semana.

"Porno para mamãs" para umas e "Viagra feminino sem prescrição" para outras, este livro veio chamar a atenção para um dos temas mais tabu da nossa sociedade.

2 comentários:

  1. digam o que disserem os criticos, entendidos ou estudiosos!!!! É sem duvida nenhuma um livro a ler... eu diria O livro!!!!
    não sei se por uma escrita fácil e aprazível se por descrever algo que raramente é descrito eu cá que confesso livros não é a minha praia, li os 3... ora, algo significa de positivo, I think!!!

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  2. eu diria que é O Livro apenas por falar de um dos temas mais tabu da nossa sociedade... eu tentei ler o primeiro livro e não consegui... se calhar por não ter tempo e muito cansaço à mistura... o livro esteve durante 2 meses na minha mesinha de cabeceira e não o acabei (tive de o devolver)... posso ter aprendido algumas coisinhas com o livro hehe mas não foi um livro que me prendeu... se calhar a altura em que o andei a ler não andava relaxada o suficiente para o aproveitar como deve ser... quando tiver tempo, acabo as míseras 90 páginas que me faltam...

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