terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Lincoln pela metade

Há mais ou menos uma semana fui ver o filme de que todos falam e que é, pelas nomeações que tem, favorito para os Óscares deste ano: Lincoln.
Fui ver porque gosto de filmes históricos, fui ver porque Lincoln goza de um estatuo especial entre os presidentes do Estados Unidos, fui ver porque me pareceu pertinente este sonho de Spielberg (há 10 anos que pensava neste filme) realizado mesmo agora, a par de Obama e da reeleição. E fui ver porque todas em todas as críticas que li, nenhuma era consensual.

E não fiquei satisfeita.

Sabia, pelo que tinha lido antes, que não iria ver uma descrição do presidente e que Spielberg tinha deixado de lado um bocadinho do drama que tanto o caracteriza. Sabia que iria ver retratados os meses que se antecederam à aprovação da 13a emenda à constituição dos EUA: o debate político entre Democráticos e Republicanos sobre a abolição da escravatura.

E foi o que vi, mas não da forma que eu pensei que ia ver.

A técnica é perfeita e a interpretação de Dany Day Lewis deixou-me convencida (e bem convencida).
No entanto, os discursos políticos pareciam não terminar, os aliados e subornados ganharam o lugar central na história, a camâra dos representantes é pano de fundo para cenas que se tornam chatas, e a vida do presidente é um foco minúsculo num filme que usa o seu nome.

Spielberg deixa de lado os pormenores e anestesia demasiado o tema da escravatura.

Deixou-me sem a sensação de ter visto um bom filme, não me satisfez. Está entre o documentário e a ficção. Um filme para Americano ver, onde a comparação com Obama (e a luta por maiores benefícios sociais) e a "pertinência" para a Academia é inevitável.

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