quinta-feira, 21 de março de 2013

Chipre tem fumo preto

A situação financeira do Chipre está no limbo. Ou Rússia ou União Europeia. Qualquer fumo que saia desta chaminé, a cor sairá sempre preta.

A Alemanha, e Merkel, perceberam que as suas medidas não são solução única. Mas a chanceler deixou claro, se os cipriotas quiserem a ajuda dos Russos, terão de deixar o euro.

O ministro das finanças do Chipre continua em Moscovo, a troika disponibilizou-se para remodelar o plano de resgate. Parece-me que temos um novo jogo favorito entre políticos irresponsáveis: atirar dados num tabuleiro de capitalismo financeiro, temos como castigo a democracia, a liberdade e a idiotice. Quanto mais jogamos, mais perdemos. E esta é a Europa que nos sobra.

Ainda são novos -os cipriotas- nestas andanças, coitados. Pobres daqueles que ainda não conhecem a força demolidora da troika. A tendência é sempre para pior. Ou bem que se vendem aos russos, à democracia suspeita de Putin, ou se entregam de braços meios fechados à troika e vêem o dinheiro, confortavelmente depositado neste paraíso fiscal, voar, não pelos dedos, mas pelas mãos inteiras.

Esperemos, esperemos para ver e assistir às cenas do próximo capítulo, não só do Chipre mas de todos nós.

3 comentários:

  1. Bom dia Nãnã :)

    É o Chipre e nós.....!
    Muito preocupante!!

    beijo grande

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  2. Certo, que todo o fumo libertado será sempre negro !
    Mas não por culpa da Troika, nem tão pouco dessa oligarquia Russa que toma de assalto os bancos de areia, de jardim, de restaurantes e da offshore cipriota.
    A culpa, que não morre solteira, é do povo, e é transversal a imensas nações que na sua ganância alimentam necessidades de crédito.

    È apenas o crédito que faz com que o fumo seja preto Ana, seja quem for o credor ou o devedor, o crédito, por definição financeira obedece a um esquema matemático em que o prejuízo do devedor é o benefício do credor. Portanto, em situação de crédito e/ou de venda obrigatória, nunca sai fumo branco.

    A Troika, os Russos, ou outra qualquer entidade, faz o papel que tem de jogar para que a dívida se amortize com um prazo e com um juro.
    No fundo se a necessidade de capitalização existe e é premente, quem do crédito necessita, na realidade não se pode queixar de o ter...ainda que o preço, não seja o mais justo !

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    1. O crédito é aquela doença chata, que sabemos que vai chegar mas que para já não vamos pensar muito nisso! Foi assim que pensamos durante anos.
      Eu não sei o que vai acontecer no Chipre, nem eu nem os governantes que até agora andam à procura de uma solução para evitar um colapso financeiro. Mas acredito, ai como acredito, que, na terça feira, quando os bancos abrirem, a corrida vai ser geral. Depois de decisão de brincadeira sobre o imposto dos depósitos, um toca e foge, afinal não é bem assim, os índices de confiança dos cipriotas têm que estar abaixo de zero. Parece-me que a máxima: mais vale prevenir do que remediar, vai ser o mote para limpar as contas e voltar ao método debaixo do colchão, ou então, aos países com bancos bem longe da ilha que já não sabe para onde vai.

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