domingo, 3 de março de 2013

Eu lixo, a troika lixa-se, nós lixamo-nos

Ontem houve manifestação. E houve jogo do F.C. Porto. As fotografias nas redes sociais ia alternando entre os cachecóis azuis e brancos e os cartazes pensados, criativos, carregados de mensagens: "mais vale votar no Ali Baba, assim sabes que só tens 40 ladrões", "Passos, deves-me as minhas semanadas", "grande escândalo não é Coelho...é um grande cavalo" - ah, e uma fotografia de Lisboa que afinal não era Lisboa, era uma manifestação em Istambul.

A criatividade dos portugueses é de invejar mas a nossa dívida não se paga com agências de publicidade ou com cool hunters: personificamos um país chateado, contrariado, falido e um pouco confuso.

A organização avança com números estrondosos porém difíceis de acreditar: mais de 1 milhão sai à rua. Mas afinal não será bem assim. Com a ajuda do Google maps, fotografias aéreas e alguns cálculos matemáticos é fácil discordar com este milhão (no Público de hoje contam-se os metros quadrados e os espaços vazios chegando-se a uma conclusão lógica).

Sabemos que o protesto se veste de uma expressão já conhecida por todos "Que se lixe a troika" mas eu não sei bem (ou sei perfeitamente) se todas aquelas pessoas percebem o que significa se a troika realmente se...lixasse.
Mandar lixar quem nos pôs assim parece-me legítimo, mandar lixar quem continua a querer fazer pior, também, mas mandar lixar a troika pensando que, com isso, a austeridade acaba, os empréstimos desaparecem e Portugal passa a ser aquele cantinho à beira mar plantado que um dia descobriu o mundo, não me parece lógico.

3 comentários:

  1. Merecia aprofundamento. Fiquei com sensação de quando o filme estava a ficar interessante, cortaram a luz. ;)

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  2. Nãnã,
    Tens toda a razão.
    Beijinhossssss

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