terça-feira, 16 de abril de 2013

O mundo depois dos Estados Unidos

Ontem, enquanto fazia a minha ronda habitual de notícias, a terceira ou quarta do dia, todos os jornais falavam do mesmo: o atentado em Boston. Testemunhas diziam que por momentos pensavam estar a ouvir um espectáculo de pirotecnia antes de perceberem que o espectáculo, afinal, era outro.

Hoje, enquanto tomava o pequeno almoço, todos os canais de televisão mostravam as imagens, os estrondos, a confusão. Entretanto tomam-se medidas extraordinárias para as maratonas de Londres e Madrid. Líderes de todo o mundo reagem e mostram-se solidários com as vítimas e famílias das vítimas. A criança, de 8 anos, é a que mais protagonismo tem, pelas piores razões mesmo depois de se ter confirmado que não era o filho de uma actriz famosa lá dos lados de Hollywood.

Três mortos e centenas de feridos é o resultado final de um atentado que mesmo sem ter sido reivindicado já tem supostos culpados: especialistas dizem que, devido à forma artesanal como estavam construídas as bombas, trata-se de terroristas americanos. "Inside job" é como lhe chamam.

Entretanto, e não querendo desfazer a importância dos EUA mas já desfazendo, um sismo de magnitude 7,8 no Irão matou 40 pessoas. A esta hora todos os jornais continuam com o terror em Boston como acontecimento de maior importância.
Na Síria continua uma guerra que já matou mais de 70 mil pessoas: a ONU pede, hoje mesmo, que se resolva tudo isto, que os governos com influência parem com a "carnificina". Ainda assim, Boston é imagem principal.

Ainda com alguma importância, digo eu, temos Ulrich a dizer que "o que se passou em Chipre é uma antecipação dos mecanismos que serão transformados em lei na zona euro, na famosa união bancária." Continuamos com o FMI que confirma hoje que a situação está a piorar e que, em 2013, para continuar com a monotonia das coisas, o Globo está muito perto da recessão e que é preciso "completar rapidamente o projecto da união bancária".
Para terminar, mesmo sabendo que esta lista poderia ser interminável, a OCDE, diz que Portugal foi o país da zona euro onde a taxa de desemprego mais aumentou.

The main thing is to keep the main thing, the main thing, e cada um tem a sua.


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