quinta-feira, 13 de junho de 2013

Eu e as revistas femininas

Gastar dinheiro em revistas femininas é o mesmo que pegar nesse mesmo dinheiro e deitá-lo fora. Assim mesmo, sem dó nem piedade. Sem tirar nem pôr. 
Tive uma fase em que as comprava todas. Entretanto já se passaram uns anos mas eu continuo a insistir, nessa ausência total de amor ao dinheiro, em comprá-las.
É todo um ritual: passo a segurança do aeroporto, dou umas voltas, acho que não vou comprar nada, dou mais umas voltas e aquelas lojas apanham-me com a mesma rapidez daquele boneco animado que fazia "mic mic" mas que eu agora mesmo não me lembro do nome, nem tenho internet para procurar e, provavelmente, quando publicar este post nem sequer me vou lembrar que precisava de saber o nome. (Mic mic, quem diria).

Depois, quando já estou na dita loja, essas que estão por todo o lado, vermelhas, com montras horríveis, produtos ainda piores, caras, sem nada mesmo que lhe pegue, a não ser, serem as únicas, e portanto é um quero posso e mando aeroportuário e todo um aglomerado de gente que vê, volta a ver, não quer comprar mas às vezes tem que ser, (ufa) compro. Compro as malditas revistas. E acho mesmo que me arrependo de as ter comprado quando ainda nem sequer as comprei. Não sei se isto será possível. Mas são cá coisas minhas. 

Há um leque de escolha variado. Há sim senhor. E a mesma revista tem dois tamanhos diferentes. Um normal e outro mini. Cabe em todas as carteiras e deixa que todos os bolsos possam gastar. O difícil é mesmo escolher. Na revista A temos uma actriz ou modelo ou cantora na capa, na revista B temos uma actriz ou modelo ou cantora na capa. Na revista C temos uma actriz ou modelo ou cantora na capa. E por aí seguiremos até que se esgotem todos os exemplares de cada revista. 
A variedade não cabe aqui, não quando o assunto são revistas femininas. Vejamos o conteúdo: verão, claro. E com o verão temos os biquinis, trikinis, as cores vibrantes, o fim do preto e cinzento e castanho. Temos páginas inteiras de protectores solares, de dicas "como tratar o seu cabelo" e, como não podia deixar de ser, a estrela das estrelas, a dieta. 
E ficamo-nos mais ou menos por aqui. De vez em quando aparecem uns estudos duvidosos (o da que eu comprei fala sobre a falta de apetite sexual nos homens, ensina que a dor de cabeça não é exclusiva da mulher) e uns artigos de opinião que bem espremidinhos são capazes de dar qq coisa. 

As únicas explicações que encontro para comprar isto são: a) as minhas visitas ao cabeleireiro diminuíram drasticamenteeee desde que saí de Portugal; b) há dezenas de outras revistas que me interessam mas são demasiado caras e sei que posso lê-las na internet a custo zero; c) toda a mulher precisa de um banho de estupidificação de vez em quando.

Vou voltar a comprar, provavelmente, mas pelo menos fica aqui o descargo de consciência. 

Só mais uma coisa, comprei também o jornal Marca. E tem, nas duas páginas centrais (isto é importante) uma notícia sobre o FCP. A minha equipa é, para mim e para os nuestros hermanos, El Rey Midas del Fútbol. E para quem não sabe nada desta coisa de Rei Midas, é favor ir ver. 

1 comentário:

  1. Nã,
    Tenho andado distraída na leitura do teu maravilhoso blog ....
    Nas filas da caixa do supermercado também dá tempo para "ler" as revistas.... para quem como eu que só leio as letras grandes e já chega :)
    Bjsssss

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