domingo, 16 de junho de 2013

O padre do meu afilhado

Ontem tive o baptizado do meu sobrinho e agora (cof, cof) afilhado. Estiveram lá o stress, as idas frenéticas ao cabeleireiro, as unhas que não secam, os tacões (nada recuperada ainda), os atrasos e o nervosismo. A festa foi deliciosa, o tempo deu-nos uma mãozinha e o Francisco estava maravilhoso no seu papel de protagonista.

Embora gostasse de contar pormenores como a minha ida ao hospital com a minha irmã mais nova (ida e volta, rapidinho), o bolo distribuído pelas caras, a comida, os doces, a música, não é esse o objectivo. Até porque cansa-me imenso ler sobre festas (celebrações, vá) às quais gostava de ter ido e por alguma razão não fui. Ou mesmo ler sobre as que não fui, porque não quis e que, na verdade, não interessam assim tanto. 

Queria falar do Padre. Entusiasmou-me. Tenho uma crença muito própria. Tenho uma fé muito minha e não acredito em tudo o que me ensinaram quando era criança. Não acredito naquela Igreja que é fundamentalista com a vida das pessoas. Não acredito na Igreja que não baptiza, que não casa, que não permite, que não conversa, que avisa, que diz lá do alto, sem saber o que está aqui por baixo. Fui deixando (mea culpa) de querer saber. Fui reconhecendo o meu Deus, em mim, distinguindo o que está certo do que está errado pelo valores que são meus, pelos valores que me ensinarem, pelos valores que me fazem acreditar em mim e nos outros. E ontem, ontem este Padre restaurou-me. Baptizou o meu sobrinho mesmo não sendo filho de pais casados. E avisou, avisou que o Francisco tinha vindo para os fazer (aos pais) crescer. Como Homens. A serem melhores. E que são estes os planos de Deus. Chamou-lhes presentes, "O Francisco é um presente para vos ensinar a crescer".
Falou-nos perto, desceu as escadas do altar e esteve ali, a conversar, a rir e a baptizar. 

Restaurou-me. A sério que sim. A mim e a todos. Porque me diziam, no fim da missa, se todos os Padres fossem assim, as Igrejas estariam cheias. 



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