terça-feira, 11 de junho de 2013

Portugueses tristezes

Nuno Crato está triste. Diz mesmo que está "muito triste" e a culpa é dos sindicatos dos professores que não querem chegar a acordo, são intransigentes e estão a prejudicar os alunos e as famílias.
Nuno Crato não é palhaço nenhum, é triste, está triste como todos os portugueses. Diferentes razões, claro. Mas chama-se tristeza na mesma.

Há um estudo, feito pelo the economist (não consegui encontrar o original mas está aí, no link, a notícia do Diário de Notícias), em 2009, que revela que os portugueses são os cidadãos mais tristes da Europa. Os mais tristes e os mais desmotivados competindo apenas, lado a lado, com a Hungria e a Bulgária.
Se em 2009 éramos os mais tristes, agora mesmo devemos ser os mais desesperados. Não há estudo que seja necessário. Basta olhar, basta ouvir e percebemos. Desesperados, desacreditados, incrédulos, cheios de fado, cheios de nunca sabermos onde estamos e para onde vamos.

Mas há vários tipos de tristeza. Como poderia o mundo da tristeza ser assim assim tão simples? É que nós, portugueses, temos tantas formas de nos sentirmos tristes, e a nossa parece ser sempre a mais importante, que nos (me) dá vontade de nem tentar perceber a tristeza dos outros. Vejamos Cristiano Ronaldo. Há alguns meses veio dizer que estava "un poco triste" e por isso não festejava os golos. Poucas pessoas vêm para Espanha ganhar 50 mil euros por dia. Recomendo-lhe uma boa dose de optimismo, dizem que o exercício é a melhor forma de terapia e, mesmo não podendo cair no idiotice de dizer que ele tem tudo, sempre pode ter quase tudo.
Depois temos Saramago, que se acomodou por aqui (Lanzarote) mas nem por isso deixou de espalhar o sentimento de tristeza pelo mundo. Disse que os seres humanos crescem mais na melancolia do que na alegria. Sendo português, todos lhe dão crédito por estas palavras.

No meio de tanta tristeza há um que nos salva, há um que nos apresenta ao mundo para que nos possam (re) conhecer de outro modo. Mourinho o que era the special one, quer agora ser, o the happy one.
Queremos todos.

1 comentário:

  1. Parece que nos esta no sangue nossa... mas nao acho isso possivel, real ou ate cientifico!!!! somos o Pais da saudade, estamos muito tristes muitas vezes, mesmo sem saber como ou o porque!!!
    Deixemo-nos de saudades e fado, nao nos leva a lugar algum, apenas a estagnacao!
    Eu ca, tento pegar nas minhas (tristezas) que as vezes sao imensas e demasiadas e po-las para tras das costas!!!!!!!!!!!!

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