quarta-feira, 10 de julho de 2013

As carteiras que não são de mulher

Todas mas todas (esta todas é para ler com convicção, força, bem alto) as mulheres têm uma qualquer fixação por carteiras. A ser verdade, que o é, o lema de quando falamos de carteiras é sempre o mesmo: quantas mais, melhor, e quanto melhores, melhor. 

Há fases, é certo. Lembro-me quando uma só me chegava porque ainda tinha vergonha de usar carteira, nem sabia bem se era o que devia fazer. Nem sequer sabia o que enfiar lá para dentro: não tinha telemóvel, cartões, bilhete de identidade, nem sequer um batonzinho de cieiro para encher aquele espaço vazio. Nem sequer sabia o que fazer com ela (carteira) quando ia ao quarto de banho porque pendurá-la no puxador da porta ou no suporte do papel higiénico foram coisas que fui aprendendo com o tempo (senhores e senhoras por aí, donos de restaurantes, cinemas, cafés e todo o tipo de serviços, é favor colocarem um suportezinho para as nossas carteiras, é um bem necessário para o mulherio em geral). 
Sabia lá que, um dia mais tarde, andar com uma carteira ou com uma mala de porão ia ser mais ou menos o mesmo: pesada, cheia de coisas que provavelmente não irei usar mas que podem fazer falta. Been there, done that.

Dizia eu, todas temos uma obsessão, fixação, por carteiras e eu entendo as escolhas quase todas: as fluorescentes, as pequenas, as médias, as enormes, com flores, falsas, carérrimas, sei lá, é todo um mundo. Mas eu disse, aí em cima, que entendia as escolhas quase todas, não todas. E há uma que me intriga especialmente: quando vejo uma mulher, costuma dizer-se uma mulher feita, com uma carteira cheia de bonecadas: ou a Kitty, ou a Betty Boop, ou outra qualquer. Não importa se é gata, rata, ou um animal qualquer, importa que é uma mulher, feita, que escolheu sair de casa com uma carteira que pode muito bem ter surripiado do armário da filha, ou pior ainda, pode muito bem ter comprado a carteira e ter dito quando chegou a casa "Filha, olha o que comprei para nós". 
É quase tão mau como as crianças que agora usam biquini na praia sem saber muito bem onde é que encaixa cada bocado de tecido. 




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