segunda-feira, 1 de julho de 2013

Fungos, axilas e o Gaspar do meu jantar

Gosto de comer. Não sou nada esquisita quando o assunto é comida, seja de que tipo e feitio. Sou até uma pessoa bastante descomplicada no que toca a experimentar coisas novas. Mas detesto, detesto quando me estragam a refeição mais calma que tenho durante o dia: o jantar. E hoje, que estou com o meu humor pelas ruas da amargura, os estafermos dos anúncios, acordaram o meu mau feito e estragaram-me a porra do jantar. 

Não era nada de especial. Umas coisitas para picar. Entre elas, pasta de atum, cheia de ovo cozido ralado. E justamente quando dava uma trinca para acabar a última parte da tosta o desodorizante não-sei-o-quê decide explicar-se e dizer que actua na flora bacterial das axilas. Como se esta frase não fosse suficientemente conspurcada, ainda mostra centenas de axilas, centenas, como se fosse a despedida do cheiro das axilas de todo o mundo. Qual despedida de solteiro, qual quê, o que está a dar é a flora bacterial das axilas.

Respirei fundo e até consegui controlar bastante bem a minha imaginação que fugia para caminhos nunca antes navegados, como axilas que cheiram bem e axilas que cheiram mal a combater, desenfreadas, não fosse uma ou outra vigorar num mundo em que os desodorizantes deviam ser como os preservativos: oferecidos em todos os centros de saúde.

Dois segundos depois, DOIS SEGUNDOS, aparece-me o Dr. Scholl. E eu que hoje não fiz mal a ninguém. O Dr. Scholl anuncia o combate aos fungos. E MOSTRA o raio dos fungos em pés que só podem ser de outro mundo. 

O resto do meu jantar, esteve mais perto de ser atirado à parede do que ser guardado em papel transparente e posto no frigorifico, mas depois lembrei-me que, se o Gaspar se pode despedir e se as Swats não impedem a outra de ser promovida a ministra então o mais provável é que o jantar não me tenha caído assim tão mal pelos fungos e axilas.

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