Mas hoje, vá-se lá saber porquê não consigo (ainda) adormecer e portanto ponho-me a divagar. E a ler notícias, e a abrir e fechar o facebook e a jogar clash of clans, e a ler outros blogues, e a passear este meu cérebro por assuntos que achava que não me iam despertar nenhum interesse mas que afinal, afinaaaaallll não é bem assim.
Ora o assunto piropos na rua a mulheres/raparigas/crianças está a tentar ser assunto passível de ser discutido e revisto pelos mui nobres senhores que tomam conta deste país. Mas infelizmente a coisa já nasceu torta (o debate) porque a escolha da palavra piropo é descabida e quando o peixe morre pela boca, não há nada a fazer. Entorna-se o caldo, fecham-se as cortinas e o teatro acaba mesmo antes de saírem actores e figurinos deixando todo um público sedento de espectáculo, entregue à especulação, ao ridículo da adivinha.
É que esta coisa dos piropos tem que se lhe diga. Para alguns. Para esses alguns, que deixam à partida de ter interesse, um piropo pode até ser uma forma brejeira de elogio. Quem não gosta de ouvir um piropo? Quem não quer ouvir um piropo se o piropo pode fazer com que um dia merdoso se torne num dia soalheiro, cheio de luz, brilhante. Mesmo que o piropo seja "oh filha, comia-te toda" ou "anda cá que o pápá ensina-te umas coisas" ou "oh boneca, nem sabes o que te fazia". E outras coisas que não me apetece escrever agora mesmo sob pena de isto se tornar um texto pornograficamente insuportável.
A sério? A sério que isto pode ser considerado um elogio? Queremos todos acreditar que eu tenho que ouvir o que qualquer pessoa me diz na rua, porque lhe apetece? Que tenho que fingir que não ouço, acelerar o passo e, da próxima vez, escolher outro caminho ou outra saia, ou outra camisa, ou outra cara?
Talvez tenha encontrado a resposta para todos os piropos que me possam surgir e talvez não seja a mais delicada, talvez não seja a que é suposto, mas também, um piropo, não é só um piropo.
Nã
ResponderEliminarHá tantas formas de piropos.... :)
Beijo