quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Confortitis

Se tivesse que escolher, entre as minhas leituras, a palavra do ano não teria nada que ver com selfie. Talvez conjugada noutros contextos e noutros dia a dia que não o meu, talvez... 
Somos aquilo que lemos e os outros acham que devemos ler aquilo que somos e, portanto, li, reli, partilhei e comentei dezenas de artigos sobre emigrar, dezenas de comentários carinhosos, carregados de sentimentos e dezenas de comentários a transbordar inveja, e não, não vou dizer, próprios dos portugueses. 

Emigrar, sair do conforto, dar o salto nunca foi bem visto porque quem fica, prefere o quentinho, prefere culpar os outros porque teve que ficar. Quem emigra, tem sorte, porque emigra. Então e os outros, que não puderam sair? 

Preferimos viver de inveja do que da nossa felicidade. Alimenta mais, é mais rica em ousadia porque ficar enquanto esperamos que nos resolvam a nossa confortitis é um acto mais corajoso do que sair e procurar, nalgum canto do mundo, a nossa felicidade. 




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